1 de outubro de 2021

Resenha: A bruxa Margaret; Jim Broadbent & Dix

Hoje minha resenha é do livro A bruxa Margaret, lançado pela DarkSide Books. O livro é de autoria de Jim Broadbent & Dix. Primeiramente, eu fiquei confusa de como eu escreveria a resenha desse Grafic Novel.  Pois, antes de escrever sobre  a leitura desse  Grafic Novel é preciso entender de onde essa narrativa foi inspirada...

A representação mais famosa de Magriet foi imortalizada em uma pintura a óleo do artista belga Pieter Bruegel, o Velho, em 1563. A obra de arte se encontra no Museu Mayer van der Bergh, na Antuérpia. Acredita-se que ela tenha sido criada para uma série de trabalhos. No Brasil, o título é traduzido como “Mulher Louca”.

No quadro há muito acontecendo, mas uma mulher se destaca: Griet se dirigindo à porta do inferno com uma armadura, carregando itens que parecem ter sido saqueados e carregando uma faca e uma espada, o que faz uma possível referência à expressão “ele poderia ir ao inferno com uma espada na mão”Enquanto Magriet (também chamada apenas de Griet) se destina à boca do inferno, suas seguidoras estão saqueando uma casa. Um livro de provérbios publicado na Antuérpia traz um ditado que captura a essência da obra de Bruegel:

“Uma mulher faz barulho, duas mulheres dão muito trabalho, três um mercado anual, quatro uma briga, cinco um exército, e contra seis o próprio Diabo não tem arma”.


A narrativa do livro A Bruxa Margaret dos autores Jim Broadbent e Dix não é clara... Em um primeiro momento você não vai compreender o que está se passando. Somos apresentadas a Margaret e ao virar as páginas iremos notar o quão a personagem é isolada e marginalizada. É chamada de bruxa pelos moradores da vila onde ela tenta vender suas enguias, ela também sofre humilhações e roubos. A paleta de cores dos quadrinhos e Ilustrações retrata bem a melaconlia e solidão de Margaret.

Gatilhos: Mutilação, nudez explícita e linguajar violento..

A Bruxa Margaret é uma história em quadrinhos de autoria de Jim Broadbent e Dix. Porém, sua inspiração veio de um antigo quadro de Pieter Bruegel: O Velho. Ainda assim, a obra é conhecida como Dulle Griet ou Mad Meg, do inglês; sendo datada de 1563. Em suma, ela representa a história de uma mulher que brigou com o marido, invadiu o inferno e retornou de lá. Por mais fantasiosa que seja, a obra retrata um comportamento diferente do esperado de uma mulher à época. Ela basicamente lidera um exército feminino atacando o inferno.


Jim Broadbent é um ator britânico, vencedor do Oscar. Atuou na franquia dos filmes do Harry Potter e na série televisiva Game Of Thrones, além de ser bastante reconhecido pelo seu talento nos palcos do teatro, encenando peças de Shakespeare. A Bruxa Margaret é sua primeira história em quadrinhos. Dix é um quadrinista, chargista e pintor do Reino Unido, que publica sua série Roll Up! Roll Up! no jornal The Guardian. Na década de 1990, foi um dos fundadores da revista alternativa inglesa Purr. Em 2015, lançou Klaxon, em parceria com Si Spencer. A Bruxa Margaret é sua segunda Graphic Novel.

Título | A Bruxa Margaret
Autores | Jim Broadbent e Dix
Tradutora | Aline Zouvi
Editora | DarkSide® Books
Edição | 1ª
Idioma | Português
Especificações | 144 páginas, capa dura, colorido
Avaliação
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Sinopse: Existem muitas bruxas pintadas no imaginário coletivo e a personagem de A Bruxa Margaret, ao mesmo tempo em que faz parte dessa tradição, traz o seu próprio toque a esse universo. A graphic novel surgiu a partir do interesse do ator e escritor Jim Broadbent (de Harry Potter e Game of Thrones) pela figura de Dulle Magriet, em um quadro de mesmo nome de Pieter Bruegel, o Velho, de 1536. Mas mesmo antes da pintura, já existia a lenda flamenga sobre Magriet (ou Margaret), uma mulher geralmente associada a demônios e feitiçaria. A partir dessa inspiração, Broadbent e o desenhista britânico Dix desenvolvem uma história em que o caráter humano da personagem transcende o mito. Em A Bruxa Margaret pouco é definido, o que potencializa o estilo de desenho, enquanto as cores pálidas mostram que não se trata de um mundo de preto e branco, com rígidas definições de certo e errado.

Como boa história em quadrinhos que é, emprega os recursos visuais para narrar os eventos, ao mesmo tempo que o texto, ambíguo e dissonante, amplia as possibilidades de percepção do enredo. Broadbent e Dix aprofundam a personagem ao mostrar seu discurso impreciso, suas ações erráticas, seu ambiente caótico. A bruxaria continua lá, mas Margaret muda o papel que desempenha nas lendas. Aqui, ela é uma humana, que mora em um lugar isolado e sombrio, e tenta sobreviver com a venda de enguias na feira. Tudo isso, é claro, com a manifestação da magia e do entendimento muito singular que Margaret tem sobre si mesma e realidade do mundo ao seu redor. Aberto a diversas interpretações, A Bruxa Margaret é um livro que incentiva a releitura, não pela incompreensão de sua trama e sim por oferecer muito mais que apenas um lado da história.

Senti falta dos diálogos durante a narrativa... Embora, tenha mostrado os elementos sobrenaturais e sombrios faltou os diálogos para os personagens transmitirem algo além dos sentimentos subentendidos que  transitam entre agonia, tristeza, vergonha e alegria.

Somos apresentados a personagem Margaret, em um ambiente completamente claustrofóbico e depressivo. Margaret, e seu lado mais primitivo, aquele que representa a mulher negligenciada, violentada, solitária, incompreendida e refém de uma sociedade cruel, que a obriga a viver sozinha e sobreviver com pouco devido à sua própria natureza. Acompanhamos  a jornada de Margaret em um rio, onde ela pesca enguias para comercializar em uma pequena comunidade. No entanto, após uma faísca de alegria, tudo se transforma em pura humilhação. Então, agarrada em sua própria força e crença, Margaret utiliza um ritual antigo para concretizar seus dois sonhos: ter ouro e um amigo para ser seu par, mas somente um deles será seu tesouro.

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2 comentários

  1. As edições da DarkSide são sempre impecáveis e eles são responsáveis por incluir na minha lista de desejados as tais graphic novels, que até então eu nunca tinha lido. Nunca tinha ouvido falar de Magriet/Margaret, mas já vou pesquisar mais sobre e, claro, quero ler essa obra também.

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  2. Adorei saber mais sobre essa Graphic Novel, eu já havia visto a capa mas não sabia sobre o que se tratava! Eu também sou dessas que sente falta de diálogos, acabei de ser um livro que não continha nenhum. Mas fiquei curiosa pra ler essa história, e o trabalho gráfico é mesmo muito lindo!

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