25 de abril de 2025

Resenha: A filha perdida - Elena Ferrante.


As coisas mais difíceis de falar 
são as que nós mesmos não conseguimos entender.

Eu comecei a ler as obras de Elena Ferrante com A vida mentirosa dos adultos depois eu li, As margens e o ditado: Sobre os prazeres de ler e escrever e comecei a ler o primeiro livro da Tetralogia Napolitana A amiga Genial (ainda darei continuidade em ler os outros livros dessa tetralogia...). Escrevi resenhas de todos esses livros que citei aqui no blog/instagram. A filha perdida é o quarto livro que eu leio da Elena Ferrante. Eu fiquei muito feliz que as meninas do Grupo Multiverso 📖🖤🎬 | Leituras Coletivas escolheram esse romance da Elena Ferrante para ler no mês de março.



A filha perdida é um romance escrito por Elena Ferrante que foi lançado no Brasil pela editora Intrínseca. O livro é narrado sob a perspectiva de Leda, uma professora universitária, que decide tirar férias no litoral da Itália. A narrativa em primeira pessoa, nos faz observar uma família pertencente a máfia napolitana (o pai era membro da máfia) junto com a personagem Leda. Enquanto leitora pude observar junto com Leda as nuances de observar a família sem estar inserida no contexto e o quanto ela interferiu quando começou interagir com as pessoas daquela família.  

 

Que bobagem pensar que é possível falar de si mesmo aos filhos antes que eles tenham pelo menos cinquenta anos. Querer ser vista por eles como uma pessoa e não como uma função. Dizer: sou sua história, vocês começam comigo, escutem, pode ser útil.

O E-book de A Filha perdida  está disponibilizado no  Kindle Unilimited. Embora eu seja fã do livro físico a experiência com a leitura em e-books torna-se mais dinâmico para as leituras no período da noite que é o meu horário preferido.

                                                  

A Filha perdida 
Título Original - La Figlia Oscura
Autora - Elena Ferrante
Editora - Intrínseca
Gênero - Romance
Páginas - 176
Ano - 2016
Classificação - ☕☕☕☕☕

 

Sinopse: Lançado originalmente em 2006 e ainda inédito no Brasil, o terceiro romance da autora que se consagrou por sua série napolitana acompanha os sentimentos conflitantes de uma professora universitária de meia-idade, Leda, que, aliviada depois de as filhas já crescidas se mudarem para o Canadá com o pai, decide tirar férias no litoral sul da Itália. Logo nos primeiros dias na praia, ela volta toda a sua atenção para uma ruidosa família de napolitanos, em especial para Nina, a jovem mãe de uma menininha chamada Elena que sempre está acompanhada de sua boneca. Cercada pelos parentes autoritários e imersa nos cuidados com a filha, Nina parece perfeitamente à vontade no papel de mãe e faz Leda se lembrar de si mesma quando jovem e cheia de expectativas. A aproximação das duas, no entanto, desencadeia em Leda uma enxurrada de lembranças da própria vida ― e de segredos que ela nunca conseguiu revelar a ninguém. 

⚠ Aviso de gatilhos: O livro A Filha perdida escrito por Elena Ferrante, referem-se a temas e situações que ressoam com o leitor e o convidam a uma reflexão mais profunda. A maternidade, com suas nuances e desafios, é um tema recorrente nos livros de Ferrante. Ela não é retratada de forma romantizada, mas sim com a complexidade e as dificuldades que envolvem a experiência de ser mãe. Esses conteúdos que podem ser sensíveis aos leitores e despertar gatilhos emocionais.

 

Aliviada depois de as filhas já crescidas se mudarem para o Canadá com o pai, Leda decide tirar férias no litoral sul da Itália. Logo nos primeiros dias na praia, ela volta a atenção para uma grande família napolitana, barulhenta e grosseira, semelhante a sua própria família de origem, da qual conseguiu escapar aos dezoito anos para estudar em Florença. Sentindo por eles uma mistura de repulsa e fascínio, Leda se identifica em especial com Nina, uma jovem mãe, e Elena, sua filha pequena, e se envolve cada vez mais com as duas e com o objeto de afeto da menina, Nani uma boneca. Nina inicialmente parece ser a mãe perfeita e faz leda se lembrar de si mesma quando jovem e cheia de expectativas. A aproximação das duas, porém desencadeia em Leda uma enxurrada de lembranças, a infância infeliz a segredos da vida adulta que ela nunca conseguiu revelar a ninguém.


Os homens sempre têm alguma coisa de patético, em qualquer idade. Uma arrogância frágil, uma audácia pávida. Hoje, não sei mais dizer se alguma vez me suscitaram amor ou apenas uma afetuosa compreensão pelas suas fraquezas.

O que move toda a narrativa é quando Leda começa a observar com um certo intusiasmo aquela familia principalmente Nina, uma jovem mãe, e Elena, sua filha pequena, e o objeto de afeto da menina, Nani uma boneca. Leda lembrava da sua relação com a sua mãe e com as suas filhas... Em um determinado momento, a Elena se distrai e a Nina também e a boneca fica jogada na areia foi quando Leda pega a boneca e põe na sua bolsa ela deixa de ser uma simples observadora e entra naquele contexto familiar e as suas questões tumultuadas com a maternidade e as suas filhas que começamos entender no meio da história  [...] e começa ter um apego emocional com a boneca enquanto causa um verdadeiro tumulto na vida de Nina e sua filha Elena que é muito apegada naquela boneca. A relação da Nina que é uma mãe jovem, com Leda acaba se tornando de admiração mútua entre elas e Leda acaba interferindo naquela família tanto quanto a família começa interferir na vida de Leda.

Mas eu não invento nada, só escuto, o não dito fala mais do que o dito
Mas eu não invento nada, só escuto, o não dito fala mais do que o dito


Elena Ferrante é o pseudônimo de uma escritora italiana, cuja identidade é mantida em segredo. Especula-se que seja uma tradutora. A autora concede poucas entrevistas, todas elas por escrito e intermediadas pelas suas editoras italianas. Nelas, explica que optou pelo anonimato para poder escrever com liberdade, e também para que a recepção de seus livros não seja influenciada por uma imagem pública. Especula-se, com base nas suas obras, que tenha nascido em Nápoles, uma vez que livros como a tetralogia "Série Napolitana", trazem uma descrição detalhada da cidade e de seus costumes. Através de suas obras, é possível perceber que Elena Ferrante apresenta um sólido conhecimento dos autores clássicos gregos e latinos. 

A filha perdida é o quarto romance que eu li da Elena Ferrante. Sempre que leio alguma coisa de Ferrante tenho a impressão de estar assistindo a uma novela do cotidiano... A narrativa não tem grandes acontecimentos. Mas, somos transportados para qualquer lugar da Italia o personagem citado no início, que mal parece ter relevância, acaba sendo inserido em alguma história no decorrer da narrativa. A voz que a Elena Ferrante da para as suas personagenns femininas sempre foi de facil identificação para mim... Nesse livro em questão, a visãoda mulher e o comflito da figura da mãe com a figura da filha é muito presente durante a narraativa e o quanto somos julgadas indepenndente do papel que estamos na sociedade.



Um comentário

  1. Eu tenho muita vontade de ler esse livro e agora tenho ainda mais. Eu sinto que vai ser uma daquelas leituras antes e depois, sabe? Uma Lary antes de ler, e outra depois hehe
    Beijinhos

    Lary’s Life

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