Gay de família é a estreia de Felipe Fagundes na editora Paralela. O livro tinha sido primeiramente publicado como novela de maneira independente; ao ser contratado pelo selo adulto de entretenimento do grupo Companhia das Letras, ganhou cenas extras para se transformar em romance.
O livro é narrado sob a perspectiva de Diego. A narrativa em 1° pessoa faz o leitor entender todos os ressentimentos e traumas que Diego carrega dos seus pais desde a infância... Conhecemos os traumas do personagem de uma infância sofrida onde o preconceito (racismo/homofobia) estava presente em vários momentos de sua infância. O Diogo entra no combo por nunca ter protegido Diego dos seus pais.
"Mal tive tempo de me acostumar a ser tio, mas, pelo andar da carruagem, até domingo já terei deixado de ser, se todos os meus sobrinhos estiverem mortos."
Diego: Diego é homossexual e não deixa isso passar batido. Cheio de personalidade e piadinhas ácidas, está fazendo tudo o que pode para levar sua vida de um jeito fácil e ainda conseguir um date no meio tempo. Ao conhecer seus sobrinhos, ele percebe que tem muito a aprender com eles – e muito a ensinar também.
Diogo 1 – Ester: O Diogo mais velho, Ester, é uma menina tranquila e silenciosa, que esconde na sua timidez muita personalidade e conhecimento. O único problema é que, mesmo sendo muito inteligente, ainda não descobriu um jeito de não ser confundida com a mobília.
Diogo 2 – Miguel: Diferente da irmã, Miguel, o Dioguinho do meio, instaura o caos por onde passa. Sua brincadeira preferida é criar uma zona de guerra de brinquedos e móveis no meio da sala, além de tudo que envolva princesas e sereias.
Diogo 3 – Gabriel: O menor dos Diogos, Gabriel, tem três anos e é tão peculiar quanto seus irmãos, ou até mais. Ele só veste preto e tem uma obsessão por tudo que é mórbido, além de levar seu amigo imaginário João Augusto (que também é bem esquisito), para todo lugar.
A gata – Suzie: Essa gata de cara amassada impõe medo em qualquer um que chegue perto. Feiosa e arisca, é melhor não cruzar o caminho dela. Ela pode arranhar e morder, ou pior: te julgar. Mas como seus pequenos donos, ela também esconde um lado carinhoso.
Gay de Família
Páginas: 272
Editora: Paralela
Avaliação: ☕☕☕☕☕
⚠️ Alerta de conteúdo: Negligência parental, o racismo e a homofobia estão presentes em várias lembranças do personagem principal e é vivenciado durante toda a narrativa. Esses conteúdos que podem ser sensíveis para os leitores e despertar gatilhos emocionais.
"O que mais me irrita nessa família é que elas estao sempre dizendo o que posso ou não fazer."
"Família é uma palavra vazia se não tem alguém para dar uma raquetada por você."
A frase que o Diego diz "Família é uma palavra vazia se não tem alguém para dar uma raquetada por você.". Consegue definir o papel que o irmão tem em uma família. Eu sou filha única então eu não tenho essa experiência de irmandade. Eu sou a prima mais velha tanto da família materna quanto paterna. Mas, os meus primos aos poucos ganharam irmãozinhos e logo percebi que são laços familiares diferentes...
Eu fiz a leitura de Gay de família em um final de semana. Eu ri e chorei durante toda a narrativa, a escrita de Felipe Fagundes é bastante ousada usando o linguajar da comunidade LGBTQIAP+ e também me fez rir com um dos agradecimentos mais criativos que já li.
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