29 de jul. de 2022

Resenha: A Menina Submersa: Memórias - Caitlín R. Kiernan

"Esse pode ser um dos locais onde eu deveria fazer a distinção
 entre a verdade da minha história e os fatos."



O livro A Menina Submersa tem uma narração intrigante, não linear e uma prosa magnífica, Caitlín vai moldando a sua obsessiva personagem. Índia Morgan Phelps, ou Imp é uma narradora não confiável e que testa o leitor durante toda a viagem, interrompe a si mesma, insere contos que escreveu, pedaços de poesia, descrições de quadros e referências a artistas reais e imaginários durante a narrativa. Ao fazer isso, a autora consegue criar algo inteiramente novo dentro do mundo do horror, da fantasia e do thriller psicológico.

⚠️ Aviso de gatilhos: Alerta de tentativa de suicídio, depressão, ansiedade e distúrbios mentais. 

Durante sua história, Índia Morgan Phelps conta um pouco de outras pessoas, como sua namorada, sua mãe, e outros, que fizeram parte da sua vida. Uma outra pessoa de quem Imp. mais falou também, foi de Eva Canning, uma estranha mulher que encontrou, nua, molhada, na beira da estrada em que estava passando durante um de seus passeios noturnos. A narrativa, em primeira pessoa de Índia Morgan Phelps, ou Imp faz uma grande história de amor construída como um quebra-cabeça pós-moderno, uma viagem através do labirinto de uma crescente doença mental. A condição psíquica da personagem, Imp faz com que ela narre os acontecimentos sem uma ordem cronológica... Enquanto leitora eu “mergulhei” na narrativa Índia Morgan Phelps: da narrativa que interrompe a si mesma, insere contos que escreveu, pedaços de poesia, descrições de quadros e referências a artistas reais e imaginários.

Livro: A Menina Submersa: Memórias -
Título original: The Drawning Girl
Autora: Caitlín R. Kiernan
Editora: DarkSide
Gênero: Horror - Fantasia
Avaliação: ☕☕☕☕☕




Embora, a personagem Índia Morgan Phelps descreva o quadro A menina Submersa detalhadamente durante a narrativa da história e fala sobre sereias e lobisomens o livro não tem tanta ilustrações a não ser do quadro. Tendo o quadro A Menina Submersa agrega a experiência literária por ter uma linguagem visual com tantos detalhes.

— Quando alguma coisa deixa uma forte impressão em nós, deveríamos fazer o nosso melhor para não esquecer. Por isso, anotar é uma boa ideia.

Sinopse: Com uma narração intrigante, não linear e uma prosa magnífica, Caitlín vai moldando a sua obsessiva personagem. Imp é uma narradora não confiável e que testa o leitor durante toda a viagem, interrompe a si mesma, insere contos que escreveu, pedaços de poesia, descrições de quadros e referências a artistas reais e imaginários durante a narrativa. Ao fazer isso, a autora consegue criar algo inteiramente novo dentro do mundo do horror, da fantasia e do thriller psicológico.


Caitlín R. Kiernan, é autora de livros de ficção científica e fantasia dark, e paleontóloga. Escreveu dez romances, dezenas de histórias em quadrinhos e mais de 200 contos e novelas. Entre seus trabalhos, destacam-se os romances Silk (1998), Threshold (2001), ambos vencedores do International Horror Guild Award, e The Red Tree (2009); a série em quadrinhos The Dreaming, spin-off de Sandman, de Neil Gaiman, com quem também escreveu a novelização de Beowulf (2007). A Menina Submersa: Memórias conquistou os Prêmios Bram Stoker e James Tiptree, Jr., este dedicado a obras de ficção científica ou de fantasia que expandem e exploram a compreensão de gênero. O Mundo Invisível Entre Nós reúne trabalhos premiados, contos raros e favoritos da autora.

"Um monte de lembranças minhas são falsas, por isso nunca posso ter certeza, de um jeito ou de outro. Isso costumava me apavorar, essas lembranças de coisas que nunca aconteceram, mas me acostumei."
É impossível não querer proteger Índia Morgan Phelps, ou Imp, uma menina que tem nos livros os grandes companheiros na luta contra seu histórico genético esquizofrênico e paranoico. Filha e neta de mulheres que buscaram o suicídio como única alternativa, Imp. começa a escrever um livro de memórias para tentar reconstruir seus pensamentos e lutar contra o que seria "a maldição da família Phelps", além de buscar suas lembranças sobre a inusitada Eva Canning, sua relação com a namorada e consigo mesma.


A escritora Caitlín R. Kiernan tem uma sensibilidade na sua escrita que parece que o leitor está dentro da mente da personagem Índia Morgan Phelps o quanto ela duvida da veracidade das suas lembranças [...] eu lembro de tal acontecimento. Mas, eu não sei se isso realmente aconteceu dessa maneira [...] e o quanto isso é tão incomodo ao ponto de lhe trazer sofrimento. No início, eu tive vontade de olhar as minhas anotações de Psicanálise ou folhear O livro dos Símbolos pela milésima vez somente esse ano... Porém, a experiência literária que é proposta durante a narrativa “Só escreva o que viu”, datilografou Imp. “Não interprete. Apenas descreva.” É uma leitura que deve-se fazer de uma maneira atenta e sensível com o sofrimento da personagem Índia Morgan Phelps.

3 comentários

  1. Ah não! Eu vou ter que ler esse livro!!! É muito a minha cara, paranóia, esquizofrenia, se tem saúde mental eu já tô lendo! Foi pra lista, mas não sei não, acho que vai furar fila hein!!! Valeu pela resenha e indicação!!!

    ResponderExcluir
  2. Sempre via o livro e achava a capa belíssima mas nunca tinha lido a sinopse. Nunca imaginei que teria essa premissa

    ResponderExcluir

© Expresso Literário
Maira Gall