12 de nov. de 2020

Resenha: O Diario de Myriam, Myriam Rawick

 

O Diário de Anne Frank tornou-se um dos livros mais lidos do mundo. O relato tocante e impressionante das atrocidades e dos horrores cometidos contra os judeus faz deste livro um precioso documento e uma das obras mais importantes do século XX. De um lado, uma menina judia que passou anos escondida no Anexo Secreto tentando sobreviver à guerra de Hitler. De outro, uma garota síria que sonha ser astrônoma e vê seu mundo girar após a eclosão de um conflito que ela nem mesmo compreende.

A Guerra da Síria vista pelos olhos de uma menina.O Diário de Myriam é um registro comovente e verdadeiro sobre a Guerra Civil da Síria. Escrito em colaboração com o jornalista francês Philippe Lobjois, que trabalhou ao lado de Myriam para enriquecer as memórias que ela coletou em seu diário, o livro descortina o cotidiano de uma comunidade de minoria cristã que sofre com o conflito através dos olhos de uma menina. 



Título: O Diario de Myriam
Autor: Myriam Rawick
Editora: Darkside
Ano de Edição: 2018
Avaliação: ☕☕☕☕☕



“Meu nome é Myriam, eu tenho treze anos. Cresci em Jabal Saydé, o bairro de Alepo onde nasci. Um bairro que não existe mais.”.

Mesmo separadas por mais de setenta anos, Anne Frank e Myriam Rawick têm um elo comum: ambas são símbolos de esperança e resistência contra os horrores de um país em guerra e acreditam no poder das palavras. O Diário de Anne Frank emocionou leitores de todos os cantos do mundo, e agora é hora de conhecer O Diário de Myriam, mais recente lançamento da linha Crânio da DarkSide® Books. 
"Quando a guerra começou, minha mãe sugeriu que eu escrevesse um diário. Nele, contava tudo o que tinha feito no meu dia. Eu pensei que assim eu poderia um dia lembrar de tudo o que aconteceu."

O Diário de Myriam faz parte da linha Crânio — a nova linha editorial de não-ficção da DarkSide® Books — estimula o leitor a entender e questionar o mundo que estamos construindo.O testemunho de Myriam faz um convite à reflexão do agora e estimula o leitor a entender e questionar o mundo que estamos construindo — além de ser um exercício de empatia pela dor do outro.


O Diário de Myriam apresenta a perspectiva de uma menina que teve sua infância roubada ao crescer rodeada pelo sofrimento provocado pela Guerra da Síria, iniciada em 2011. 

A guerra na Síria teve início por meados de março de 2011 quando pessoas insatisfeitas e incomodadas com o governo de Bashar al-Assad, começaram protestos pacíficos nas ruas e foram recebidos de forma violenta e brutal, dando início a uma guerra civil. O que era só uma insatisfação contra o governo atual, acabou desencadeando uma guerra pelo poder! Todos começaram atacar uns aos outros e atacar de todas as formas o ditador. Tudo isso piorou quando o Estado Islâmico entrou no confronto. Mais de 500 mil pessoas já foram mortas, sendo mais da metade, Civis! É um número muito chocante e assustador!
Myriam começou a registrar seu cotidiano após sugestão da mãe, que propôs que ela contasse tudo aquilo que viveu para, um dia, poder se lembrar de tudo o que aconteceu. 


Escrito entre novembro de 2011 a dezembro de 2016, o diário alterna entre as doces memórias do passado na cidade de Alepo e os dias doloridos e carregados de incertezas. E é com a sensibilidade de uma autêntica contadora de histórias que ela narra a preocupação crescente de seus pais com as notícias na tv, as pinturas revolucionárias nos muros da escola, as manifestações contra o governo, a repressão, o seqüestro de seu primo e, por fim, os bombardeios que destroem tudo aquilo que ela conhecia.


Nas aulas de história do ensino médio até a faculdade de Psicologia. Incluindo o meu TCC foi um projeto de pesquisa sobre Problemas Psicológicos na Migração com os Haitianos na cidade de Florianópolis/SC. eu escuto e leio a frase que devemos lembrar a História das grandes guerras para não repetimos os mesmos erros e ler  O Diario de Myriam foi praticamente um soco no estômago em perceber que a História  continua se repetindo...

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