13 de set. de 2022

Resenha: O menino que pintava sonhos - Duca Leindecker.


"Uma pequena amostra do quanto o tempo transforma tudo e age de forma implacável com seu poder de destruir o que é bom e o que é ruim...”.


O Livro O menino que pintava sonhos tem uma narração em 1° pessoa. Esse tipo de narrativa, leva o leitor a uma imaginação abstrata e ao mesmo tempo simples e significativa à vida do personagem Jules. A história é conduzida a partir das memórias de Jules.

No primeiro momento, essas memórias são lembranças do seu nascimento e sobre os seus primeiros dias que são contadas para o menino Jules de 6 anos de idade. A história continua sendo conduzida a partir das memórias de Jules que vemos os acontecimentos, o personagem tem uma forma de encarar os acontecimentos de uma maneira genuína, as suas primeiras pinturas na mesa da escola é usada como uma forma de extravasar toda a energia existente em uma criança dentro de um sistema extremamente arcaico como o sistema escolar.


Nome do livro: O menino que pintava sonhos
utor: Duca Leindecker
Editora: L&PM
Publicação original: 2013
Genero:Ficção
Avaliação: ☕☕☕☕☕




Sinopse: O menino que pintava sonhos é uma história sobre ilusões e verdades. Ou verdades e mentiras, se nos apegarmos às duras lições da realidade. Duca escreve com raro talento para o público jovem. E estando na mesma frequência, ele comove e emociona com suas histórias que são simples por um lado, mas ao mesmo tempo têm um infinito emaranhado de significados. Veja o caso de Jules. Ele vive uma vida pouco comum, num cotidiano difícil, se defendendo das tragédias, dos dramas familiares e dos percalços do dia a dia. Mas Jules tem que sobreviver. E ele faz a sua opção, como você verá nesta história que vai prendê-lo da primeira à última página. E vai mostrar que, se há um lado sombrio na vida, sempre haverá uma porta aberta para a esperança.

Duca Leindecker nasceu em Porto Alegre, em 1970. Iniciou sua carreira artística aos treze anos e, de lá para cá, construiu uma sólida trajetória como instrumentista, compositor, produtor artístico e escritor. No início dos anos 90 foi convidado por Bob Dylan para, juntamente com Frank Solari, viajar pelo Brasil. Ganhou quatro troféus Açorianos de música. Seu primeiro livro, A casa da esquina, se tornou um best-seller, com mais de dez edições. O segundo, A favor do vento, já tem roteiro adaptado para o cinema e o lançamento de seu terceiro livro, O menino que pintava sonhos, foi um dos maiores sucessos na Feira do Livro de Porto Alegre em 2013. Sua obra tem amplo trânsito nas escolas e universidades. É líder da banda Cidadão Quem, com a qual lançou sete CDs e um DVD e marcou presença no Rock in Rio III. Criou o Pouca Vogal, ao lado de Humberto Gessinger da banda Engenheiros do Hawaii. Com o projeto, os dois cruzaram o país no tour do CD e DVD gravado ao vivo em Porto Alegre. Em 2013, lançou o disco solo Voz, violão e batucada.

Diferente dos gêneros de seus dois últimos livros publicados – A Casa da Esquina, lançado em 2002, e o A Favor do Vento, de 1999, livros publicados pela mesma editora, – onde o autor contava sobre a sua vida pessoal e profissional, o livro O Menino que Pintava Sonhos leva o leitor a uma imaginação abstrata e ao mesmo tempo simples e significativa à vida do personagem Jules, que enfrenta um mundo repleto de desafios, perdas insubstituíveis e sonhos alcançáveis. Traz consigo também a vontade de vencer a cada dia, independente do que espera no amanhã.

A minha percepção durante essa leitura é que as memórias dos seus pais sobre o nascimento do Jules acabam sendo contada tantas vezes que acabam transformando-se em memórias do próprio Jules. Os momentos, que antecedem a prisão de Inácio ficam muito abstratos durante a narrativa. Ele é descrito como um marido exemplar e um pai amoroso... Mas, quando ele é preso em sua residência com Jules a narrativa não expressa nenhuma surpresa sobre os negócios ilegais do seu pai. Durante a narrativa, observamos o desenvolvimento do personagem nas diferentes fases da vida: criança, adolescente até a fase adulta do personagem Jules e as suas descobertas durante a vida. A importância desses rituais - acordar sempre com o pé direito e lavar o rosto três vezes - durante o desenvolvimento humano acaba trazendo segurança, gerando significados e possibilita que a criança comece a confiar e se permitir ir mais fundo e se revelar para o seu primeiro ciclo social que é a família.

Na medida em que o personagem Jules vai crescendo observamos o desenvolvimento de outros personagens do seu ciclo. Seus amigos e sua namorada Ângela foram engolidos pela rotina de uma vida adulta que não tem lugar para possíveis telas com desenhos ou exposições coloridas. Aprendi em um livro que “O mundo não é uma fábrica de sonhos...” Mas, se mantermos o sorriso no rosto e a alma leve podemos pintar a nossa realidade de uma maneira mais colorida.




Esse post foi patrocinado pelo autor, mas segue as diretrizes de autenticidade do Expresso Literário, que sempre divulga opiniões sinceras acerca de toda e qualquer obra.

2 comentários

  1. O título do livro é muito poético!
    E a história parece ser muito real, verdadeira e densa. Com leves pinceladas de humor.

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  2. Oie, gostei da proposta e seria uma leitura interessante. Adorei a dica.

    Bjs

    Imersão Literária

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