2 de jun. de 2021

Re-leitura: Pretinha, Eu?

 “Nem parece que sou o mesmo,
Agora que passei por tudo isso e sobrevivi...”



Qual foi o livro que te marcou que você tem curiosidade de saber como seria se pudesse lê-lo pela primeira vez hoje?



Sinopse: Uma menina negra ganhou uma bolsa de estudos em um colégio onde nunca havia entrado um aluno negro. Desencadeou-se uma história de discriminação, preconceito e muitas descobertas.





Comecei a tomar gosto pela leitura ainda no ensino fundamental, lembro que tínhamos aulas de leitura na biblioteca e eu realmente gostava de ficar lendo. Às vezes, eu até me esquecia de prestar atenção nos papos animados das minhas amiguinhas na biblioteca... Lembro que, “devorava” os livros do autor Pedro Bandeira e a série os Karas, Confissões de adolescente (aquele que virou série da TV Cultura), Valéria Piassa Polizzi anos mais tarde tive que comprar o mesmo livro para colocar na minha estante... Entre outros livros, que passaram por mim naquele ano... Mas, o livro que mais me marcou veio em 1999 (um ano antes do que relatei acima...). O tal livro é Pretinha, eu do autor Júlio Emílio Braz esse livro foi indicação de uma professora de português para a aula de leitura.

“Eu tinha 13 anos nessa época e tinha recém mudado de escola por motivos de saúde, pois eu tinha recém operado a coluna e eu estava usando um gesso que ia a uns cinco dedos abaixo do pescoço até abaixo da barriga…”

No meio de uma aula de leitura a professora disse que eu me parecia muito com a Pretinha da história, não pelo meu tom de pele, pois eu sempre fui branquinha hehehe, mas por ser a mais velha de uma turma que todos tinham onze anos e pelo meu “mau jeito” (no começo) de me enquadrar, em uma escola com métodos tão rigorosos quanto o Harm… Ops! Colégio T. Sofri Bullying todos os dias do ano que estudei no colégio T. Sofria todos os tipos de agressões; intencionais, verbais e psicológicas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas.No meu caso, por exemplo, a crueldade veio também por parte dos adultos professores da época “Ela parece à pretinha da história...” reforçando apelidos e motivos de chacota se eu já não tivesse motivos e não sofresse o suficiente...

Não me enquadrei no colégio T… Não da forma que eles queriam, nem tive muitos amigos naquele ano de 1999 quanto à personagem pretinha da historia, mas mesmo assim lembro com carinho de alguns professores e das minhas notas azuis daquele ano e por incrível que pareça eu tenho lembranças bonitas do colégio T.


Encontrei o livro esses dias na minha estante... E, como vocês podem notar o livro está bem conservado. Ler o livro “pretinha, eu?” depois de quinze anos é um sentimento bom que vai além de superação... Aprendi a respeitar os motivos que levam as pessoas a amar ou odiar a minha pessoa que na maioria das vezes são pelos mesmíssimos motivos o0 outras nem vão saber direito o motivo... E lhes dou o direito de sentir ambos os sentimentos tão controversos. Não perco mais tempo, com pessoas que declaradamente não gostam de mim. Aprendi a me proteger apesar de na maioria das vezes não parecer...


Acho mesmo que o problema deixa de ser problema quando começamos a gostar de nós, como Vânia gosta de si mesma antes de gostar dos outros. Ele deixa de existir quando a gente se sente bem sendo única e tão-somente o que é. Pretinha, eu? Não tô nem aí!


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