Em 1993, eu cursava a 1° Série do ensino fundamental na escola particular Gente Inocente. A alfabeitização consistia em: Juntar as letras para formar silabas para assim escrever as primeiras palavras... Eu lembro com orgulho a 1° vez que eu fiz a minha primeira leitura em voz alta para uma turma de trinta alunos. A professora avaliava as nossas leituras dia sim e dia não. E dava bronca nos alunos que gaguejavam durante as leituras... Quando não colocava uma criança mais nova que lia melhor que o aluno da 1° série.
Na 6° série, em outra escola.... Nós, Tínhamos que escolher um livro para lermos para fazer fichamento que valeria 25% da nota. As aulas de leitura na biblioteca eram as minhas preferidas. Nessa época, Eu li a série completa Os Karas do Pedro Bandeira. Nessa mesma época, eu li Balança Coração do Walcyr Carrasco... Eu lembro que esse livro era disputadissimo entre as meninas da minha sala era a primeira vez que eu estava lendo um romance. E até assuntos mais sérios, como o livro Depois daquela viagem, Diário de bordo de uma jovem que aprendeu a viver com AIDS. No tom coloquial próprio dos jovens, Valéria Polizzi relata com bom humor e descontração as farras com a turma de amigos, a dúvida entre "ficar" ou namorar, o despertar da sexualidade, a angústia diante do vestibular e muitas coisas que atormentam qualquer adolescente.
Desde então, aquela garotinha de 7 anos juntamente com a adolescencente de 16 anos que criou o hábito de ler na biblioteca da escola... Visita regularmente as livrarias da cidade afim de adiquirir "milhares de histórias..." ou "milhares de outros mundos para serem explorados" que contém um livro.
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Não são poucas as ações do Governo Bolsonaro contra a cultura, contra a educação e contra o pensamento livre.
A mais nefasta das propostas agora vem de Bolsonaro e Paulo Guedes numa pretensa reforma tributária que pretende taxar os livros. Definitivamente essa gente quer um povo cada vez mais ignorante. É preciso nos levantarmos contra isso. Use direto a #DefendaoLivro e movimente-se contra este absurdo. Neste post selecionamos 10 razões para defender os livros contra essa injusta taxação [Aproveite e assine a petição em favor dos livros]:
10 RAZÕES PARA DEFENDER OS LIVROS CONTRA A TRIBUTAÇÃO
1 - Livros não são de elite: Para justificar a estapafúrdia, Guedes, o destruidor da nação social, disse que dá pra taxar porque livros são de elite. Coisa de elite é jatinho, é iate, são as grandes fortunas que eles nem cogitam cobrar impostos. Livros, contem pro Paulo Guedes, é coisa de gente que quer conhecer, que quer aprender, quer compreender o mundo, seja rico ou não. O pensamento nefasto de um pária desses só é possível porque tornar o livro apenas para as elites (tipo Admirável Mundo Novo), distanciando-o do popular é o sonho dourado de quem deseja uma massa alienada e manipulada;
2 - Direito à literatura: Qualquer nação que se deseje progredir possui políticas bastante claras de apoio e difusão do livro. Até mesmo o nacionalista José de Alencar tinha consciência da importância da literatura para um país. Essa gente que por ora estar no poder, nem se propor em trazer suas visões, pretendem sempre implodir todo e qualquer traço civilizatório. A literatura um desses traços. Como bem nos disse Antonio Candido, a literatura é um direito fundamental tal como a alimentação e a saúde. Temos é que construir políticas de difusão do livro, não seu sepultamento;
3 - Impacto no setor público e na educação: Com ares de um sociopata que quer ver o país implodir esse governo avança em diferentes frentes numa guerra cujo objetivo é bem óbvio destruir setores. Como essa gente nada entende de educação ou cultura, parecem desconhecer os impactos que a taxação terá no próprio setor público, já tão carente de bibliotecas e livros. Com o aumento estimado de 20% no preço dos livros, prefeituras, governo de estados, o próprio Governo Federal sofrerão o impacto, que será pior na ponta, pois isso representará menos livros chegando ao acesso da população;
4 - Abandono do setor editorial e quebradeira: Quando é pra ajudar empresas de aviação, tudo bem. Quando é pra meter a mão no bolso do povo para auxiliar que os doutos do capitalismo, sim,os banqueiros como Guedes, tranquilo. Quando é pra perdoar dívida de ruralistas mega-fazendeiros, tudo joia. Ajudam fábrica de carro, de geladeira... Mas os livros, necas. O mercado editorial enfrenta talvez a maior crise de sua história, e o governo além de sequer estender a mão, parece ter encontrado uma forma de dar um último golpe no setor. A tributação quebrará muitas, muitas empresas;
5 - Desemprego: Como pode um governo atirar as pessoas à morte porque a economia não pode parar, porque o desemprego vai aumentar enquanto apresenta uma proposta dessas com o potencial de desempregar muita gente. Quando um livro chega até o leitor, passou por uma cadeia imensa de profissionais cujos empregos sustentam suas famílias. Dos profissionais de serviços, como diagramação, revisão, capa, ao trabalho intelectual de seus autores. Os vendedores, as livrarias, o e-commerce, os editores... Uma quebradeira no mercado editorial pode causar milhares de desempregos;
6 - Toda nação precisa de sua literatura: Vocês já viram qualquer nação que se diga séria o com ambições de realmente ser uma nação, abdicar de sua literatura? Todos sabem o quão sempre foi difícil termos uma literatura brasileira, termos autores escrevendo (porque sim, autores também pagam boletos), agora Guedes e Bolsonaro querem uma nação sem literatura. No trajeto histórico da humanidade alguns outros líderes se mostraram assim tão contrariados com a literatura e com os literatos, Stálin, Hitler...
7 - Grandes fortunas não são taxadas: Tributar os livros, o povo, os alimentos, tudo isso é uma grande sacanagem num país que não tributa seus milionários e bilionários. Não se pode pensar em taxar livros enquanto meia dúzia movimenta milhões sob a proteção "do leão";
8 - O livro ficará mais caro: Entidades e órgãos do setor há muito debatem questões relativas ao preço do livro, que mesmo sem tributação, é um tanto alto no país e que muitas vezes afasta leitores. Estudos apontam que a taxação fará o preço do livro subir pelo menos 20%. Isso é inviabilizar a leitura no país;
9 - Morte da ficção: Dê uma olhada nas listas de mais vendidos. Está cada vez mais assustador. Toda pessoa minimamente inteligente conhece as diferentes vantagens e relações e importância da ficção para nós, humanos. No Brasil se falar de livros já é assustador, quando falamos de ficção, então, um horror. Com o livro caro e essas políticas de afugentar os leitores, Guedes e Bolsonaro podem assassinar a ficção nacional (a quem interessa que o povo tenha acesso apenas a produções pobres e enlatadas?);
10 - O apocalipse das médias, pequenas e independentes: Gigantes do setor já manifestaram o drama que representará a taxação e falam dos possíveis problemas. Pense, então, como isso atacará as pequenas e médias editoras? E os autores independentes, então? Terão de fugir do rápa por venderem livros de poesia? Se a taxação já é ruim para grandes editores, nos menores pode ser um apocalipse.
Cara, eu nem tenho mais força pra falar de Paulo Guedes no meu dia a dia porque o objetivo é bem matar a população, mesmo... Dele e do governo como um todo. Taxar grandes fortunas de quem enriquece às custas da população nem pensar, né, tem que tornar difícil o que leva cultura, conhecimento e entretenimento.
ResponderExcluirÉ muito ódio pr'um governo só!
Muito difícil lidar com o desgoverno que estamos vivenciando, principalmente em plena pandemia: foi a receita para o caos absoluto. Não ouso alimentar esperança de dias melhores, porque acho que a frustração seria grande demais. O importante é, de fato, repensarmos e nos posicionarmos de formas coerentes.
ResponderExcluirOi, tudo bem? Interessante esse posicionamento sobre a taxação de livros. Antes de criticar esse ou aquele governo devemos questionar quem os colocou no poder. Afinal, eles foram eleitos concorda? Quanto a taxação de grandes fortunas não creio que solucione o problema. Seria mais dinheiro desviado. Um abraço, Érika =^.^=
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