29 de nov. de 2020

Resenha: A Pequena Sereia & O Reino Das Ilusões, Louise O’Neill


A primeira vez que ouvi falar sobre o livro A Pequena Sereia & O Reino Das Ilusões as minhas expectativas eram bem baixas porque em geral essas releituras de contos de fadas não me agradam... Mas, resolvi dar uma chance porque geralmente os livros da linha DarkLove costumam me agradar bastante. 

Titulo: A Pequena Sereia & O Reino Das Ilusões
Autora: Louise O’Neill 
Editora: Darkside Books
N° de páginas 215
Avaliação: ☕☕☕☕☕





A Pequena Sereia & O Reino Das Ilusões é uma releitura da história “A Pequena Sereia” da Disney. Sempre que leio um livro de conto de fadas eu lembro do livro A psicanálise dos contos de fadas que eu já deveria ter adquirido na época da graduação de Psicologia. Para que eu possa entender e até escrever com mais propriedade sobre toda a psiquê por traz dessas histórias... Embora, eu entenda que a literatura nem sempre precise ser didática e nem foi a intenção da autora dar uma aula sobre feminismo. 

“Eu sou o diamante da coroa do meu pai, e ele está determinado a me ostentar como tal. Ele sempre exibe minha beleza por aí e toma qualquer admiração subseqüente como se fosse um direito”

Nas primeiras paginas, o leitor é levado a mergulhar fundo em um oceano narrado pela personagem principal Gaia. Uma sereia prestes a completar 16 anos. muito tagarela e cheia de perguntas como qualquer menina dessa idade. O fascínio de Gaia com os humanos sempre foi comparado com o fascínio de sua mãe que sumiu no mundo sem ninguém saber o seu verdadeiro paradeiro. 

“Eu não sabia que, enquanto eu arrumava meus brinquedos no quarto, meu corpo estava sendo vendido pelo maior lance”

Pela narrativa de Gaia, conhecemos a sua vó Thalassa: Que faz o papel de "mãe" de Gaia e suas irmãs mais novas.. Talia Cosima Desde que a sua filha sumiu para a superfície... O Rei dos Mares que é um pai bastante rígido e um tanto perverso tanto com as suas filhas quanto para o reino... Oliver é um humano com 21 anos que Gaia se apaixona quando visita a superfície. A Bruxa do Mar e as Russalka que são rejeitadas e não pertecem ao reino. 

“Ninguém nunca se refere ao marido dela como um “anormal” por ter abandonado seus filhos; em vez disso, ficam cochichando que Lorelai deve ter falhado na hora de satisfazê-lo. O ex-marido dela foi reintegrado à sociedade, mas nenhum homem vai querer ficar com Lorelai. Não importa o quão linda ela seja, o peso da reputação manchada de uma sereia dura eternamente”

O livro A Pequena Sereia & O Reino Das Ilusões embora seja uma releitura de conto de fadas é uma leitura para maiores de 18 anos. Pois, são abordados assuntos como: abuso de menor, assédio, mutilação, automutilação, submissão, feminismo e machismo extremo e outros que foram abordados de uma forma um tanto quanto irresponsável. 

“Eu queria que alguém me perguntasse o que eu quero, ao menos uma vez na vida” 

A Pequena Sereia e o Reino das Ilusões chega para trazer um pouco mais de contos de fadas para a linha DarkLove, da DarkSide® Books. Mas não do jeito que você espera; aqui, a história original de Hans Christian Andersen — e também suas versões coloridas e afáveis em desenhos animados — é reimaginada através de lentes feministas e ambientada em um mundo aquático em que mulheres são silenciadas diariamente — um mundo que não difere tanto assim da sociedade em que vivemos. 


Mostra como, em um reino comandado pelo patriarcado, ter uma voz é arriscado. Mas também como querer usá-la é uma atitude extremamente poderosa e valiosa. Ainda mais em tempos tão sombrios. 

A sociedade patriarcal, é um sistema social em que homens mantêm o poder primário e predominam em funções de liderança política, autoridade moral, privilégio social e controle das propriedades. No domínio da família, o pai (ou figura paterna) mantém a autoridade sobre as mulheres e as crianças. 

Louise O’Neill é jornalista e escritora. Nasceu em 1985 em West Cork, na Irlanda e se mudou para Nova York para trabalhar na revista Elle, vivendo o dia-a-dia do mercado de moda intensamente. Voltou para sua cidade natal em 2011 e focou em sua carreira como escritora. Desde então, publicou quatro livros e recebeu diversos prêmios e nomeações com suas obras ya. Atualmente escreve artigos sobre feminismo, moda e cultura pop para uma variedade de jornais e revistas irlandesas. 

“– É que seu pai tem insistido em me chamar de “bruxa”. Este é simplesmente um termo que os homens são às mulheres que não têm medo deles, às mulheres que se recusam à submissão”

Gaia, é uma Sereia prestes a completar 16 anos... Muito tagarela e cheia de perguntas como qualquer menina dessa idade. Desde o inicio da narrativa compreendemos o fascínio da Pequena com o mundo terreno comparado com o fascínio de sua mãe que sumiu no mundo sem ninguém saber o seu verdadeiro paradeiro... É compreensível as suas escolhas para viver um amor com Oliver mas acho que a narrativa se perde com um romance que não demonstra nenhuma química... Oliver é um humano com 21 anos vivendo o luto de sua namorada que morreu em um naufrágio provocado pelas Salka e demonstra ter uma relação difícil com a sua mãe. Enfim, Oliver é um babaca! e ao decorrer da narrativa Gaia percebe o quanto seu amado é mimado e outras falhas no comportamento do seu amado. 



Deixando de lado a história de sua mãe que foi tratada de uma maneira resumida sendo que esse era o principal motivo de Gaia vir até a superfície. O que faz a narrativa feminista não fazer muito sentido e a partir dai o Plot Twist necessário durante 
a narrativa da história que realmente monstrou os objetivos da personagem desde o inicio e que realmente me surpreendeu.

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28 de nov. de 2020

UMBOXING TAG INÉDITOS #11: O JARDIM DE BRONZE- NOVEMBRO/2020


Esse ano, está sendo um ano completamente atípico, principalmente para as minhas leituras e para os meus hábitos literários (leituras coletivas online, instagram literário, escrever um conteúdo mais literário...). As voltinhas no centro da cidade era só por motivos necessários incluindo as livrarias para comprar alguns livros.

Comprei outros livros na internet com a previsão de chegada para o mês de novembro e a assinatura anual da a TAG Inéditos. Imagine receber em casa, todo mês, uma edição exclusiva de um livro surpresa escolhido não por uma prima ou um amigo, mas por um escritor de verdade, talvez até um vencedor de um Prêmio Nobel… 

Essa é a experiência oferecida pela TAG. Instalada em Porto Alegre, a empresa vem desafiando a máxima de que “brasileiro não gosta de ler” e tem conquistado cada vez mais assinantes. 



A idéia foi baseada em antigos Clubes do Livro. A renovada onda dos clubes de assinatura – vinhos, cervejas, etc. – reacendeu um sonho: trabalhar com literatura. Por que não um clube de assinatura de livros? Bastou segundos para os fundadores se lembrarem do antigo Círculo do Livro, sucesso literário das décadas de setenta e oitenta que vendia, em um modelo de assinatura, obras disponibilizadas em catálogo e cujas edições muitos ainda possuem em suas bibliotecas pessoais. 

Como funciona? 

A TAG possui uma equipe de curadoria que investiga os lançamentos que estejam fazendo sucesso entre os leitores ao redor do mundo, mas que ainda não tenham vindo ao Brasil, para trazer, em primeira mão, aos associados. 

No geral, os livros são best-sellers de leitura rápida e linguagem contemporânea, daqueles repletos de diálogos e cenas emocionantes, que fisgam o leitor desde as primeiras páginas. 

Em parceria com uma editora brasileira, é feita a tradução e o projeto gráfico e editorial. Alguns meses depois de receber o livro, o lançamento poderá ocorrer nas livrarias, mas a edição que você encontrará nas prateleiras será diferente, pois a do clube são limitadas e exclusivas aos associados.

AS PÁGINAS VIBRANTES DA AMÉRICA LATINA
NOVEMBRO/2020 


Essa foi a minha primeira experiência com a TAG. Essa caixinha de novembro é muito especial. Pois, além do livro vieram alguns mimos muito interessantes para uma boa leitura.



📕O livro do mês vem na forma de um thriller argentino, O JARDIM DE BRONZE conta a história do desaparecimento de Moira, filha de um arquiteto chamado Fabián. Ele conta com a ajuda de um detetive particular que está disposto a desvendar os mistérios e segredos desse desaparecimento. 


💝Os mimos deste mês são: um livro de passatempo temático, um pôster com ilustração da campanha, um conjunto de adesivos também personalizados e um marcador de páginas magnético! 



💝Por fim, recebi de brinde pela assinatura anual: uma case ilustrada com as cores e a decoração temática do mês e uma Luminária Led Leitura De Livros Luz Noturna Flexível Preta. 


👉Para os interessados na assinatura, tenho um CUPOM DE DESCONTO: CAMGMRLD . Esse cupom gera um desconto de 30% na primeira caixinha!


27 de nov. de 2020

Nunca vou ler todos os livros que quero


Esse post é mais uma reflexão retórica do que qualquer outra coisa. Ao comentar em um Instagram Literário sobre como "Criar os Primeiros Hábitos de Leitura" eu comecei a refletir sobre os meus primeiros hábitos literários... Eu não estou me referindo nas leituras obrigatórias que éramos obrigados a ler no ensino escolar (fundamental/médio) e nem dos livros técnicos que eu li na graduação em Psicologia. 

Em 2010, resolvi organizar os livros que eu tinha em casa em uma pseudo prateleira que ficava em cima da minha cama. Nessa mesma época, começou aguçar mais o meu hábito de leitura noturna.
Na medida que eu ia lendo os poucos livros que eu tinha na estante (a maioria desses livros foram herdados dos meus pais) eu comecei a perceber os meus gêneros literários preferidos. Então, eu comecei a comprar alguns livros...Naquela época, com a rotina apertada de uma estudante de graduação em Psicologia eu conseguia ler 01 livro por mês e como o salário de estagiária era uma merreca eu comprava poucos livros também.

Eu não lembro qual eram os pré-requisitos para a compra... Porém, eu acredito que os meus hábitos literários não tenham mudado tanto assim:

Os pré-requisitos para a compra de um livro novo é: a) Ter terminado de lêr o livro anterior; b) Dar uma garimpada nos sites das editoras atrás dos últimos lançamentos e inclui aqui pesquisar na Amazon por preços menores...; c)Fazer uma lista de possíveis livros que eu gostaria de ler.



No primeiro semestre de 2013, eu fiz uma cirurgia de joanete (hálux valgo) que trata o desvio do dedão do pé que provoca dor. Na época, eu precisei fazer repouso de ficar praticamente 06 meses sem colocar os pés no chão... Tirei um semestre sabático na faculdade então, eu pude me dedicar as minhas leituras preferidas. 

Nessa época, eu ouvi pela primeira vez o termo "consumismo literário" nos primeiros vídeos literários que rondavam no Youtube. Na época, eu assistia os Youtubers fazendo o famoso Bookshelf Tour pela sua estante de livros Confesso que eu julgo bastante os "Criadores de Conteúdo" que fazem esse tipo de conteúdo. "(...) Comprei/recebi 20 livros no mês passado e ainda não li..."(...). Isso ainda me dá uma verdadeira angustia existencial: Eu jamais conseguiria chegar a 10 livros não lidos, não me imagino devorada por eles sem nunca conseguir dar conta. 

Ano passado, eu li bem menos do que eu gostaria... E comprei poucos livros também. 

No inicio desse ano, eu comecei a re-ler o livro Feliz Ano Velho do Marcelo Rubens Paiva com uma edição diferente no qual eu li o livro pela primeira vez... No projeto Biblioteca Unibanco em que eu ajudei a implementar na empresa que eu trabalhei na época. Ainda escreverei sobre isso.
A primeira organização da minha estante de livros...

Ai veio a pandemia do Covid 19... Esse ano, está sendo um ano completamente atípico principalmente para as minhas leituras e para os meus hábitos literários (leituras coletivas online, instagram literário, fazer um conteúdo literário...). As voltinhas no centro da cidade era só por motivos necessários incluindo as livrarias para comprar alguns livros. Comprei outros livros na internet com a previsão de chegada para o mês de novembro e a assinatura anual da TAG que é um Clube de Assinatura de Livros... Lembrando que, esse é um ano atípico! 

Fiz uma listinha mental, e percebi que comprei poucos livros esse ano. Faltam dois meses... para o ano acabar! Considerando que 2020 está sendo um ano atípico... Eu consegui diminuir 1/3 da lista dos livros "não lidos" da minha estante. Percebi que nunca vou ler todos os livros que quero pois, sempre vai surgir livros que eu vou quero ler (graças a deus!) mas, se eu conseguir ler todos os livros da minha estante eu já estou feliz.

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Resenha: Luna Clara & Apolo Onze, Adriana Falcão



Eu não lembro exatamente quando eu adiquiri esse livro... Eu lembro que a vontade de lêr esse livro veio por causa de uma indicação de alguém nessa blogosfera louca... O livro trata de histórias de amor, de amizade, de família. Trata de encontros e desencontros, do destino, de escolhas e alegrias. Tudo isso narrado com muita magia e encanto. Mesmo sendo uma leitura voltada para o publico infanto-juvenil,não é um livro de leitura fácil para qualquer público, e requer um pouco de atenção maior ao ‘plot’ para não se perder no meio de tanta confusão. Mas, vale muito a pena a leitura, devo acrescentar. Aliás, o livro traz outro ‘plus’ positivo que é o fato de possuir ilustrações muito legais nos capítulos. Elas são bem simples e até mesmo um pouco vagas, mas dizem tanto sobre aquilo que se está lendo.


Luna Clara & Apolo Onze
Ano: 2002 / Páginas: 328
Idioma: português 
Editora: Salamandra



Sinopse: O livro conta duas histórias paralelas. De um lado, em Desatino do Norte, está Luna Clara, uma menina de doze anos que mora com a mãe e nunca viu seu pai. Os pais se perderam logo após o casamento e nunca mais se encontraram. Luna passa todos os seus dias esperando na estrada seu pai chegar, trazendo com ele a chuva. De outro lado, em Desatino do Sul, está Apolo Onze, filho de Apolo Dez. A cidade de Apolo Onze está em festa há treze anos, desde o dia do seu nascimento. Todos na cidade se revezam entre o trabalho (afinal não é nada fácil organizar uma festa dessas), o descanso e as brincadeiras da festa. Apolo tem desejos de desejos, nunca descobriu nada no mundo que desejasse, mas quer descobrir. As vidas dessas duas cidades e dessas duas pessoas (Luna Clara e Apolo Onze) vão se cruzar e gerar muitos acontecimentos. Tudo isso, graças às coincidências coloridas.

"O Exército dos Cretinos disputava com o Exército dos Idiotas um trechinho de terra que não servia para nada, a não ser como desculpa."

"O único jeito de acabar com monstros imaginários é o desprezo. Para que perder seu precioso tempo com coisas que não existiam?"

"Querer é muito pessoal
Impetuoso.
Inconsequente.
Inconveniente."


"-E se eu procurasse a minha vontade por ai? Não queria ir para Desatino do Norte não queria voltar para Desatino do Sul, mas também não queria ficar ali naquele pedaço de mundo sozinho"

"QueTolicemeuDeuscomopodesecomplicaaindamaisomundocomumaestupidezdessas?"

"Os desejos antigos devem ficar muito entusiasmados quando se realizam, a ponto de se tornarem repetitivos."

"Será que as cabeças tem gavetas?"

"Uma lembrança, uma imaginação, uma decepção, uma nova esperança, uma reflexão, um dane-se, outro, muitos, tudo fora das gavetas, numa bagunça muito maior do que a do seu quarto."



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23 de nov. de 2020

Sobre os livros que me marcaram em 2019...

A Tatiane Ferrari do blog Suvenir Literários escreveu um post sobre "As suas leituras preferidas de 2019". Gostei tanto do post naquele formato. Que pedi a devida permissão para escrever Sobre os livros que me marcaram em 2019...


Em 2019, tendo que conciliar as leituras de entretenimento com a pós-graduação, não consegui ler a quantidade de livros que eu gostaria. Porém, os poucos livros que eu li naquele ano me marcaram e ficaram entre os meus favoritos. Como naquela época o Expresso Literário ainda não existia, eu reuni esses livros em um post a fim de ter a oportunidade de escrever sobre as minhas leituras.

📖 📖 📖 📖


A Fantástica Viagem Do Pequeno Cidadão, Januária Alves: O Pequeno Cidadão nasceu em 2009, num CD gravado por Arnaldo Antunes, Edgard Scandurra, Taciana Barros e Antônio Pinto, quatro pais corujas e seus filhos queridos, só com músicas para crianças. Inspirada pelas letras das músicas, Januária Alves criou o Pequeno Cidadão – um menino muito esperto, inteligente e curioso. Já nasceu com 7 anos e saiu direto de dentro de um CD cheio de músicas divertidas para as páginas deste livro que você vai ler. Acompanhado de seus amigos, o pássaro uirapuru Tangará, o sapo-boi Coach, a boneca Susi, entre outros, ele vai partir do seu Planeta X e viajar por muitos outros planetas, aprendendo que poder escolher o que queremos fazer na vida é “O grande X da questão” . 

[Situação]: Depois da ultima leitura empurrada... Eu precisava ler um livro mais leve para não ficar com uma bela ressaca literária no inicio do ano.

A Guerra que me ensinou a viver, Kimberly Brubaker Bradley:  é a emocionante continuação do livro A Guerra que salvou a minha vida também de Kimberly Brubaker Bradley. A história da pequena Ada ― que, com seu irmão caçula, deixou para trás sua casa em Londres para escapar dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial ― arrancou lágrimas, sorrisos e suspiros na mesma medida. Na emocionante continuação do livro A guerra que me ensinou a viver:  Após uma infância de maus-tratos, Ada finalmente recebe o cuidado que merece ao ter seu pé operado. Enquanto tenta se ajustar à sua nova realidade e superar os traumas do passado, ela se muda com Jamie, lady Thorton e Susan ― agora sua guardiã legal ― para um chalé em busca de um recomeço.Com a guerra se intensificando lá fora, as adversidades batem à porta: o racionamento de alimentos é uma preocupante realidade, e os sacrifícios que todos devem fazer em nome do confronto partem corações e deixam cicatrizes. Outra questão é a chegada de Ruth, uma garota judia e alemã, que gera uma comoção no chalé. Seria ela uma espiã disfarçada? Ou uma aliada em meio à calamidade?Mais uma vez, Kimberly Brubaker Bradley conquista com sua narrativa carregada de sensibilidade. Seu registro historicamente preciso revela o conflito armado pela perspectiva de uma criança, além de lançar luz sobre a atual crise de refugiados, a maior desde a guerra de Hitler, que já obrigou milhões de pessoas a deixarem seus lares em busca de paz.

[Situação]: Em 2017, eu li o lançamento do livro A Guerra que Salvou a Minha Vida. Essa história é maravilhosamente marcante! Foi a minha leitura preferida daquele ano. Eu precisava saber o desenrolar da história de Ada.... A minha unica frustração, é que na época que eu li esse livro eu não consegui escrever uma resenha e fotografar esse chuchuzinho para colocar aqui no blog.

Luna Clara &Apolo Onze, Adriana Falcão: O livro conta duas histórias paralelas. De um lado, em Desatino do Norte, está Luna Clara, uma menina de doze anos que mora com a mãe e nunca viu seu pai. Os pais se perderam logo após o casamento e nunca mais se encontraram. Luna passa todos os seus dias esperando na estrada seu pai chegar, trazendo com ele a chuva. De outro lado, em Desatino do Sul, está Apolo Onze, filho de Apolo Dez. A cidade de Apolo Onze está em festa há treze anos, desde o dia do seu nascimento. Todos na cidade se revezam entre o trabalho (afinal não é nada fácil organizar uma festa dessas), o descanso e as brincadeiras da festa. Apolo tem desejos de desejos, nunca descobriu nada no mundo que desejasse, mas quer descobrir. As vidas dessas duas cidades e dessas duas pessoas (Luna Clara e Apolo Onze) vão se cruzar e gerar muitos acontecimentos. Tudo isso, graças às coincidências coloridas.

[Situação]: Eu não lembro exatamente quando eu adiquiri esse livro... Eu lembro que a vontade de lêr esse livro veio por causa de uma indicação de alguém nessa blogosfera louca... O livro trata de histórias de amor, de amizade, de família. Trata de encontros e desencontros, do destino, de escolhas e alegrias. Tudo isso narrado com muita magia e encanto. Mesmo sendo uma leitura voltada para o publico infanto-juvenil,não é um livro de leitura fácil para qualquer público, e requer um pouco de atenção maior ao ‘plot’ para não se perder no meio de tanta confusão. Mas, vale muito a pena a leitura, devo acrescentar. Aliás, o livro traz outro ‘plus’ positivo que é o fato de possuir ilustrações muito legais nos capítulos. Elas são bem simples e até mesmo um pouco vagas, mas dizem tanto sobre aquilo que se está lendo.

Discobiografia Legionária, Chris Fuscaldo: Quem nunca se pegou cantarolando uma música da Legião Urbana atire a primeira pedra! Com uma multidão de fãs que permanecem fiéis mesmo tantos anos após o término da parceria, a banda liderada por Renato Russo faz parte do imaginário cultural e afetivo do país. Aos vinte anos da morte de seu vocalista, este livro faz um resgate das histórias por trás de canções como Eduardo e Mônica , Pais e Filhos e outros clássicos da Legião Urbana que permanecem vivos por gerações.

[Situação]: A Legião Urbana vai ser para sempre a minha banda favorita... E ler um livro de uma legionária como a Cris é uma experiência incrivel.

A Bruxa não Vai Para a Fogueira Neste Livro, Amanda Lovelace: Aqueles que consideram “bruxa” um xingamento não poderiam estar mais enganados: bruxas são mulheres capazes de incendiar o mundo ao seu redor. Resgatando essa imagem ancestral da figura feminina naturalmente poderosa, independente e, agora, indestrutível, Amanda Lovelace aprofunda a combinação de contundência e lirismo que arrebatou leitores e marcou sua obra de estreia. A princesa salva a si mesma neste livro, cujos poemas se dedicavam principalmente a temas como relacionamentos abusivos, crescimento pessoal e autoestima. 

[Situação]: Há esse livro... Sabe aquele tipo de leitura que fica na sua mente? Tá ai! Ele me instigou a escrever sobre as minhas dores e as alegrias; No que compreendo sobre as coisas que eu sinto e principalmente sobre as coisas que fogem da minha compreensão mesmo sentindo muito!

Confissões do Crematório- Lições Para Toda a Vida ,Caitlin Doughty: “Uma menina nunca esquece seu primeiro cadáver.” – Caitlin Doughty Um livro para quem planeja morrer um dia. Morrer é a única certeza da vida. Então, por que evitamos tanto falar sobre ela? A morte é inevitável, sentimos muito. Mas pelo menos, como descobriu Caitlin Doughty, ficar a sete palmos do chão ainda é uma opção. ''Confissões do Crematório'' reúne histórias reais do dia a dia de uma casa funerária, inúmeras curiosidades e fatos históricos, mitológicos e filosóficos. Tudo, é claro, com uma boa dose de humor.

[Situação]: O meu pai é aposentado. Mas, ele trabalhou boa parte da vida dele como agente funerário... Tivemos bons, longos e medrosos papos sobre esse assunto.

Comecei a ler Quem é você, Alasca?, john Green  em 2019 e terminei de ler em 2020 e escrevi uma resenha aqui no blog. Falo mais sobre essa leitura ano  que vem...


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20 de nov. de 2020

Resenha: O Ódio que Você Semeia, Angie Thomas.

O Ódio que Você Semeia é um lançamento da Galera Record. Escrito pela autora Angie Thomas vencedor do Newbery Honor Award e primeiro lugar nos mais vendidos do New York Times, assim como é adotado em diversas escolas nos EUA.


Mas é engraçado como funciona com os adolescentes brancos. É maneiro ser negro até ser difícil ser negro. Um sorriso grande e largo se abre no rosto da Sra. Rosalie. Ela estiva os braços, e eu vou até o abraço mais verdadeiro que já recebi de alguém que não tem parentesco comigo. Não tem piedade no abraço. Só amor e força. Acho que ela sabe que preciso das duas coisas.


A história acompanha a adolescente Starr. Ela e Khalil, seu melhor amigo, saem de uma festa e são parados por uma viatura da polícia durante a noite. Starr aprendeu desde cedo como uma pessoa negra deve se comportar frente a um policial: sem movimentos bruscos, mãos onde ele possa ver. A triste realidade do que o ódio e o julgamento podem fazer por causa da cor da sua pele. Um movimento errado, uma suposição e Khalil é assassinado, deixando para trás o trauma na garota e o peso da injustiça. Starr é a única testemunha do crime, e precisa aprender a própria voz para clamar justiça antes que as investigações levem a culpa para cima do garoto.


As despedidas doem mais quando a outra pessoa já partiu.






Título: O Ódio que Você Semeia
Autora: Angie Thomas
Editora: Galera Record
Gênero: Young Adult
Idioma: Português
Páginas: 378








Sinopse: Uma história juvenil repleta de choques de realidade. Um livro necessário em tempos tão cruéis e extremos. Starr aprendeu com os pais, ainda muito nova, como uma pessoa negra deve se comportar na frente de um policial. Não faça movimentos bruscos. Deixe sempre as mãos à mostra. Só fale quando te perguntarem algo. Seja obediente. Quando ela e seu amigo, Khalil, são parados por uma viatura, tudo o que Starr espera é que Khalil também conheça essas regras. Um movimento errado, uma suposição e os tiros disparam. De repente o amigo de infância da garota está no chão, coberto de sangue. Morto. Em luto, indignada com a injustiça tão explícita que presenciou e vivendo em duas realidades tão distintas (durante o dia, estuda numa escola cara, com colegas brancos e muito ricos - no fim da aula, volta para seu bairro, periférico e negro, um gueto dominado pelas gangues e oprimido pela polícia), Starr precisa descobrir a sua voz. Precisa decidir o que fazer com o triste poder que recebeu ao ser a única testemunha de um crime que pode ter um desfecho tão injusto como seu início. Acima de tudo Starr precisa fazer a coisa certa. Angie Thomas, numa narrativa muito dinâmica, divertida, mas ainda assim, direta e firme, fala de racismo de uma forma nova para jovens leitores. Este é um livro que não se pode ignorar.


Tupac disse que Thug Life, “vida bandida”, queria dizer “The Hate U Give Little Infants Fucks Everybody”, ou “o ódio que você passa pra criancinhas f@*# com todo o mundo”.


Dou uma risada e roubo umas balas dela. O namorado de Maya, Ryan, por acaso é o único outro menino negro do segundo ano, e todo mundo espera que a gente fique junto. Porque, aparentemente, se nós somos só dois, temos que participar de alguma porra estilo Arca de Noé e fazer par para preservar a negritude do nosso ano.

A primeira vez que ouvi sobre esse livro foi no canal | All About That Book | eu fico aprensiva de ouvir resenhas por medo de ter algum spoiler e perder o encantamento de ler a história. Eu tive um presentimento bom ouvindo a resenha da Mayara e desde então, quis adiquirir o livro.


– Mas Khalil não ficou parado, ficou? – diz ela.– Ele também não puxou o gatilho contra ele mesmo.

– Isso é a suposta arma – explica a Sra. Ofrah. – O policial Cruise alega que a viu na porta do carro e supôs que Khalil estava indo pegar. O cabo era grosso e preto o bastante para ele supor que era uma arma.– E Khalil era preto o bastante.


É um tipo de leitura que te causa impacto nas primeiras páginas... Não é um livro fácil, não é uma história simples. É a realidade sem maquiagens. É a ficção descrevendo cada detalhe sobre o mundo em que vivemos, expondo os muitos lados dele - e um desses lados é corroído pelo ódio, pela discriminação, pelo preconceito. É impossivel não se indentificar com Starr independente da cor da pele as suas açoes e o seu comportamento são julgados pela cor da sua pele. Starr vive a mesma realidade que muitos outros jovens. Khalil foi assassinado pela mesma realidade que a de muitos outras vítimas.


A narrativa bem humorada de Angie se torna um humor ácido com os acontecimentos pesados que a trama explora, a profundidade é o ponto-chave do livro. Na leitura percebo que temos muitos jovens como Kallil onde as suas vozes foram caladas... Porém, felizmente temos muito jovens como Starr que lutam contra essa realidade todos os dias e que não deixaram calar a sua voz que é a arma mais poderosa contra qualquer injustiça.

Às vezes, você pode fazer tudo certo, e mesmo assim as coisas dão errado. O importante é nunca parar de fazer o certo.




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19 de nov. de 2020

Resenha: Bom dia, Verônica. Autores:Ilana Casoy e Raphael Montes

“Era o primeiro dia do fim da minha vida. Claro que eu não sabia disso quando abri os olhos pela manhã e vi que estava atrasada.”⁣



Hoje, eu terminei de ler Bom dia, Verônica. Um alucinante thriller policial NACIONAL!O livro faz parte da linha Crime Scene da editora DarkSide® Books. O estranho mundo dos psicopatas, pervertidos e assassinos seriais sempre despertou o medo e a curiosidade mórbida em muitos de nós. A criou a linha Crime Scene para garantir o relato fiel dos serial killers mais cruéis do Brasil, e contou a ajuda da maior especialista brasileira no assunto: Ilana Casoy.


Livro:Bom dia, Verônica
Autores:Ilana Casoy e Raphael Montes
Editora: Darkside
Página: 256
Avaliação: ☕☕☕☕☕😏




"Depois de alguns anos encostada num cargo de secretária na Polícia Civil do Estado de São Paulo, você começa a aprender as vantagens de ser invisível."A protagonista Verônica Torres é escrivã na Delegacia de Homicídios de São Paulo. Após presenciar um suicídio, ela decide investigar por conta própria dois casos esquecidos envolvendo mulheres agredidas.

"Vai por mim: não é fácil ser uma mulher de 38 anos e viver acima do peso. Não bastasse, segunda-feira costuma ser pior, é quando bate a culpa por ter perdido a linha no fim de semana."

A Ilana Casoy é criminologia e escritora. Dedicou-se a estudar perfis psicológicos de criminosos, especialmente de serial killers. Ela foi a primeira autora nacional da DarkSide® Books, madrinha da linha Crime Scene, e publicou Arquivos Serial Killers: Made in Brazil, Arquivos Serial Killers: Louco ou Cruel?, Casos de Família (que reúne A Prova é a Testemunha, relato inédito do Caso Nardoni, e O Quinto Mandamento, sobre o assassinato do casal Richthofen). Colaborou na série escrita por Gloria Perez e dirigida por Mauro Mendonça Filho, Dupla Identidade (2014), exibida pela Rede Globo. Bom Dia, Verônica foi lançado originalmente em 2016 em parceria com Raphael Montes sob o pseudônimo de Andrea Killmore, e é sua primeira publicação de ficção pela DarkSide® Books.



Raphael Montes é autor de Bom Dia, Verônica; A Mulher no Escuro; Dias Perfeitos; Suicidas; Jantar Secreto e O Vilarejo. Seus livros têm sido publicados na França, República Tcheca, Espanha e Polônia. Bom Dia, Verônica foi lançado originalmente em 2016 em parceria com Ilana Casoy sob o pseudônimo de Andrea Killmore, e é sua primeira publicação pela DarkSide® Books.



A rotina da escrivã de polícia Verônica Torres era pacata, burocrática e repleta de sonhos interrompidos até aquela manhã. Um abismo se abre diante de seus pés de uma hora para outra quando, na mesma semana, ela presencia um suicídio inesperado e recebe a ligação anônima de uma mulher clamando por sua vida. Verônica sente um verdadeiro calafrio, mas abraça a oportunidade de mostrar suas habilidades investigativas e decide mergulhar sozinha nos dois casos. Um turbilhão de acontecimentos inesperados é desencadeado e a levam a um encontro com lado mais sombrio do coração humano.

"Brandão tem esse talento: tudo em que ele encosta apodrece. Janete mal pode ouvir os primeiros acordes que sente náuseas, tem vontade de chorar. Faz as contas de quantos minutos ainda faltam para o plantão do marido. Poucos, faltam poucos. Logo, a noite será só dela. Mas Janete precisa ser forte."

É um suspense eletrizante! A leitura é pura intensidade em cada capitulo ou como dizíamos na L.C: é um "Eita atrás de Eita". Todos os personagens tem uma personalidade um tanto quanto sádicos...



“O ser humano é podre e egoísta, prefere o problema que já conhece a enfrentar o desconhecido com honra.”⁣
Os capítulos são divididos mostrando dois olhares distintos: da Verônica Torres e sua rotina pacata e da Janete uma mulher submissa vitima de violência doméstica e casada com Mourão um policial violento. O assunto violência doméstica e os crimes virtuais envolvendo mulheres são tratadas de uma maneira um tanto quanto irresponsável e nocivo ao sofrimento alheio.

"Bom Dia, Verônica", o livro de Ilana Casoy e Raphael Montes, vai virar série no dia 1º de outubro. Na história, Tainá Muller é Verônica, uma policial determinada e decidida a usar toda sua habilidade investigativa para mergulhar em dois casos intrigantes e ajudar as vítimas a despertar contra a violência e a injustiça.... A analogia de uma sociedade como aquele passarinho que é trancado em uma caixa no escuro para cantar da mesma forma como os outros pássaros demonstra a construção de uma sociedade... Nos transformando em seres humanos com comportamentos tão dialéticos em uma sociedade sádica que espera de nós um comportamento padrão.



Ah, não deixe de me acompanhar nas Redes Sociais.
Estarei tagarelando por lá também

14 de nov. de 2020

Resenha: Medicina Macabra - Thomas Morris

 


"Ainda que a medicina tenha evoluído de forma impressionante nos últimos séculos, certas coisas nunca mudam. Aparentemente, nem o progresso é capaz de fazer a humanidade deixar para trás seus traços de maldade, desgraça e completa idiotice.”

 

Nesse final do mês de agosto, nós terminamos de ler Medicina Macabra do Thomas Morris do novo selo da DarkSide® Books o Macabra Filmes, promovendo filmes e seus criadores, apresentando com curadoria e critério os novos nomes do cinema de terror nacional e internacional. Nós terminamos  de ler o livro Medicina Macabra. Sim! Nós lemos através de uma Leitura Coletiva que foi orgazinado e teve apoio da DarkSide books e o Macabra TV.
 

Título:  Medicina Macabra
Autor: Thomas Morris
Editora: Macabra 
Páginas: 432
Avaliação: ☕☕☕☕☕





O livro Medicina Macabra é do gênero não ficção, divididos em capitulos: Vergonha Alheia; Insólita Medicina; Remédios Irremediáveis; Cirurgias Macabras; Curas Extraordinárias; Histórias Macabras; Curas Extraordinárias; Histórias Macabras; Perigos Escondidos. Com os relatos mais arrepiantes, constrangedores e engraçados da história da Medicina. Com uma narração bastante acessível para qualquer pessoa mesmo aquelas pessoas que não estejam aptas a teorias e técnicas da Medicina.


Fomos apresentados ao mundo do,Thomas Morris é escritor e historiador da medicina. Durante dezessete anos foi produtor de rádio da bbc e, depois dessa experiência, passou a escrever artigos para veículos como The Lancet, The Times e The Cricketer. Enquanto pesquisava para escrever seu primeiro livro, The Matter of the Heart, Morris se debruçou sob inúmeros registros estranhos e perturbadores de casos médicos, o que acabou virando uma pesquisa completa para Medicina Macabra, um livro que faz todos os leitores serem gratos pela medicina moderna. 


Eu sou formada em Pxicologia né? No inicio das nossas Leituras Coletivas foi impossivel não lebrar do DSM-IV ou até mesmo do CID-10 ou até dos relatos que ouvimos durante as aulas dos nossos diferentes cursos superiores. E sempre rolava um "Momento Divã" que cada um relatava o que aconteceu consigo mesmo durante a conversa sobre os relatos que liamos durante os dias.

A Medicina mudou dramaticamente, passou por uma transformação que fez de sua arte uma ciência. Enquanto pesquisava para escrever seu primeiro livro, o escritor Thomas Morris fez uma descoberta um tanto quanto… curiosa: entre dissertações cheias de linguagem técnica e textos desafiadoramente longos, pérolas divertidas e grotescas sobre casos bizarros estavam escondidas. Muitos destes relatos eram bons demais para serem esquecidos na literatura médica, e ele decidiu fazer uma seleção irresistivelmente peculiar.


Da Holanda do século XVII até a Rússia czarista, da zona rural do Canadá até um baleeiro no Pacífico, Medicina Macabra é uma reunião de casos insólitos da história da Medicina que ocorreram em um período de trezentos anos. Alguns desses relatos são angustiantes ou comoventes, outros são macabros, mas todos oferecem algo mais além do que uma boa anedota. Por mais constrangedoras que sejam as enfermidades, por mais estranhos que sejam os tratamentos, todos esses casos expressam algo sobre as crenças e a sabedoria de uma época.


Medicina Macabra traz relatórios de casos verídicos, escritos por médicos que relataram aquilo que viram e fizeram, obtidos a partir de livros, panfletos, cartas e bilhetes.

Eu terminei de ler esse verdadeiro Manual de relatos insólitos da Medicina com a certeza que, eu nunca li algo tão extraordinário e comovente ao mesmo tempo. É  impossivel não se re-conhecer nos relatos mais insanos já relatados "Eu quase engoli um potinho cheio de alfinetes." kkkkkkk e o ser humano é realmente uma "caixinha de surpresa" nas suas idéias e principalmente na capacidade de fazer uma grande M* em nome da medicina experimental.


13 de nov. de 2020

Resenha: Tartarugas Até Lá Embaixo, John Green

O livro Tartarugas Até Lá Embaixo eu adquiri quando eu era assinante do Turista Literário ... As expectativas dos leitores que conheciam o John Green pelo "A Culpa é das Estrelas" eram enormes... Até pra o próprio autor, ele fala claramente isso em uma das suas entrevistas . Acredito que a minha demora em ler esse livro foram o tempo suficiente para curtir a leitura!

O livro Tartarugas até lá embaixo tem diversos gatilhos ao longo das páginas. Então, se você é uma pessoa com altos níveis de ansiedade, com tendência a TOC, com pensamentos intrusivos, com dificuldade para lidar com automutilação (mesmo as mais leves possíveis), peço que considere ler Tartarugas até lá embaixo somente quando estiver bastante estável.



A Capa de Livro é Tipográfica: Ao desenvolver uma capa tipográfica o designer busca valorizar as palavras que irão compor a capa do livro. Durante o processo criativo ele pode ser minimalista como pode ser extremamente expressivo. Tudo isso vai depender do tipo de fonte tipográfica que ele irá utilizar em sua composição. No caso de Tartarugas até lá embaixo o papel da Intrínseca foi mais de adaptação de uma arte que foi criada para o livro lá de fora, mas o trabalho foi bastante bem feito.



Titulo: Tartarugas Até Lá Embaixo
Autor: John Green
Ano: 2017
Páginas: 237
Idioma: português
Editora: Intrínseca
Avaliação: ☕☕☕☕☕💓


A história acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido – quem encontrá-lo receberá uma polpuda recompensa em dinheiro – enquanto lida com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Repleto de referências da vida do autor – entre elas, a tão marcada paixão pela cultura pop e o TOC, transtorno mental que o afeta desde a infância –, Tartarugas até lá embaixo tem tudo o que fez de John Green um dos mais queridos autores contemporâneos. Um livro incrível, recheado de frases sublinháveis, que fala de amizades duradouras e reencontros inesperados, fan-fics de Star Wars e – por que não? – peculiares répteis neozelandeses.

No inicio, somos apresentados a Aza Holmes uma adolescente de 16 anos que lida com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ao decorrer da leitura somos convidados a entrar na espiral junto com a Aza. Em um movimento alucinante e descendente de descontrole e de pensamentos ruins e tristes da personagem.

“O ser humano é tão dependente da linguagem que, até certo ponto, não consegue entender o que não podemos nomear. Por isso presumimos que as coisas sem nome não são reais. Usamos termos genéricos, como maluco ou dor crônica, termos que ao mesmo tempo marginalizam e minimizam. Dor crônica não exprime a dor inescapável, persistente, constante, opressiva. E o termo maluco chega até nós sem nem um pingo do terror e da preocupação que dominam você. E nenhum dos dois transmite a coragem das pessoas que enfrentam esse tipo de dor. (…)” p.88/89
O autor John Green consegue de forma sutil indicar na sua escrita que a Aza está entrando em crise, e vai aumentando a pressão e a tensão na forma como escreve e descreve o crescendo da crise. Colocando o leitor entre uma linha tênue entre ficção e a realidade nos colocando naquele cantinho frio e escuro da mente da personagem Aza.

“Penso: Você nunca vai se livrar disso. Penso: Você não controla seus pensamentos. Penso: Você está morrendo, e dentro de você tem bichos que vão comer seu corpo até irromperem pela pele. Eu penso e penso e penso.” p.91


Eu já tive outras experiências literárias que o personagem tinha algum sofrimento psicológico. Não é o meu estilo preferido de narrativa mostrando-se na maioria das vezes um tipo de leitura angustiante...



Quando comecei a ler Tartarugas até lá Embaixo eu já estava acostumada com o tipo de literatura do John Green ele te faz sentir as coisas que os personagens estão sentindo no decorrer da leitura.

Eu me apeguei a personagem Aza de uma maneira especial. Foi necessário ler o que se passa com alguém com sérios problemas mentais. Uma pessoa que estava cercada de quem realmente se importava com ela, mas mesmo assim, seus problemas eram tão gigantes que não permitiam que enxergasse fora do seu próprio mundinho. Aza é sim muito auto - centrada e egocêntrica. Mas ela não consegue fugir da espiral da ansiedade e da angústia que é viver dentro de seu próprio corpo, com uma mente que a sabota a todo o momento.
“Acho que não gosto de ter que viver num corpo, se é que isso faz sentido. Acho que talvez, no fundo, eu seja só um instrumento, uma coisa que existe apenas para transformar oxigênio em dióxido de carbono, um mero organismo nessa… nessa imensidão toda. E é um pouco aterrorizante pensar que o que eu considero como o meu… abre aspas, meu eu… fecha aspas… não está nem um pouco sob o meu controle.” p.102

O Transtorno Obsessivo Compulsivo tem várias nuances... E nenhuma delas é tão simples de não compreender cada pensamento: você não precisa ficar abrindo um machucado o tempo todo para ver se está infectado ou com pus. Muitos menos para reforçar a sensação de que você é você e está aqui. É óbvio que você não pegou uma bactéria mortal só porque entrou em um hospital.


“(…) E se a gente não pode escolher o que faz nem o que pensa, então talvez a gente não seja real, sabe? Talvez eu seja uma mentira que estou sussurrando para mim mesma e nada mais.” p.102

Sentimos uma tristeza que ela sente pela inadequação social que ela representa. Dá pra sentir todo o medo que Aza sente de que, talvez, ela nunca se torne um adulto funcional, e sempre dependa da mãe e de remédios para mantê-la estável.

A relação com os remédios é outra coisa que deixa você angustiado. É óbvio que os remédios ajudariam a estabilizar sua mente e a encontrar mais tranqüilidade na sua rotina. Mas os remédios na verdade são uma fonte de contradição e angústia para ela, porque como ela pode ser normal se precisa de medicação para estar entre outras pessoas normais? Senti falta de um possível atendimento Psicológico onde talvez diminuiria a angustia de Aza.



A mente de Aza é o principal condutor da história... O mistério do desaparecimento do pai de Davis foi uma forma de trazer Davis de volta para a vida de Aza, construir mais um pilar de desenvolvimento em sua “inadequação” social e de relacionamento com as pessoas. Antes a gente só conhecia seu relacionamento com Daisy, a “melhor amiga” que estuda na mesma escola. Com Davis, a gente passa a ver seu relacionamento amoroso, e como também pode ser mais uma fonte de tensão para Aza.


As minhas leituras de 2020


Davis e Aza são amigos desde pequenos, mas se afastaram com o passar dos anos. A princípio o ressurgimento de Aza na vida de Davis gera toda uma suspeita se é por conta da recompensa por informações sobre o desaparecimento de seu pai, ou por conta da amizade deles mesmo. Mas reconectar com Davis traz sentimentos que Aza não percebeu que existiam e também toda uma série de problemas a serem desenvolvidos por culpas de abraços, beijos, e interações que namorados costumam ter.


De certa forma, todos os personagens com que ela interage são “quebrados” à sua maneira. Mas perto de Aza, eles conseguem passar uma normalidade que a menina não consegue alcançar. Davis é o menino rico mas que cresceu sem nenhuma demonstração de amor paterno; Daisy é a menina pobre que vive “à sombra” da amiga complicada e difícil; Mychal é o artista que quer encontrar seu espaço e conquistar o coração da amiga; a mãe de Aza tem que lidar com o sofrimento de ter perdido o marido e não conseguir “controlar” os distúrbios da filha…

“(…) No fundo ninguém entende o que se passa com o outro. Está todo mundo preso dentro de si mesmo.” p. 228

“É como se, quando eu olhasse para mim mesma, não visse nada definido… só um monte de pensamentos, atos e contextos. E muitos na verdade nem parecem meus. Muitos pensamentos eu não quero pensar, muitas coisas eu não quero fazer, é mais ou menos isso. Quando procuro o que eu sou, nunca encontro.” p.228

Tartarugas até lá embaixo não é um livro feliz... Nas ultimas páginas. eu tive impressão de estar lendo "Uma aflição imperial..." [ Só os leitores do "Culpinha" vai entender essa referencia]. Okay!


“O problema dos finais felizes é que ou não são realmente felizes, ou não são realmente finais, sabe? 
Na vida real, algumas coisas melhoram e outras pioram.
 E aí a gente morre.” p. 258


© Expresso Literário
Maira Gall